O Legislativo deve ser chamado a participar do debate sobre aumento de preço de passagens de ônibus, segundo vários dos vereadores de Belém que se manifestaram na sessão desta quarta-feira (22) sobre a possiblidade de aumento das tarifas. Noticiada pelos grandes jornais, a proposta de aumento foi apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Belém (Setransbel) à Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte (Semob).
O assunto pautou os pronunciamentos no Expediente e Horário das Lideranças na Câmara. Vereadores dos diferentes partidos que compõem a Casa declararam preocupação com o aumento e manifestaram interesse numa maior participação da Casa, como caixa de ressonância da população, no processo que acompanha os pedidos de aumento das passagens.
“As cidades no Brasil são pensadas a partir da lógica do carro; primeiro as ruas, onde os carros trafegarão, calçadas e ciclovias vêm por último”, disse Fernando Carneiro (PSOL). Nessa lógica que deixa o ser humano por último, conforme o vereador, até avanços como a concessão de gratuidades podem ser invertidos e se transformar em prejuízos quando são utilizados como justificativa para aumento de preços das tarifas.
“Tem ônibus que não merece nem um real”, disse o vereador Josias Higino (Patriota) se referindo às condições de boa parte da frota que circula em Belém. “É sujeira, barata, janela e cadeira quebrada”, enumerou completando com o apoio à proposta de Carneiro de transferir a discussão sobre valor de tarifas para o Legislativo. Matheus Cavalcante (Cidadania) lamentou o anúncio do aumento e disse que o problema do transporte coletivo em Belém parece ser insuperável.
Igor Andrade (SD) disse que em cada cinco passageiros de ônibus um é gratuidade que será cobrada dos demais usuários. “No meio disso é normal as pessoas buscarem alternativas ao ônibus, como bicicletas, vans, mototáxis”, destacou. Para ele os vereadores de Belém devem assumir o papel de buscar soluções mais justas para a população que utiliza os transportes coletivos diariamente.