A construção de um calendário socioambiental da Região Metropolitana de Belém (RMB) foi o tema do pronunciamento da vereadora Silvia Leticia (PSOL) na sessão desta quarta-feira (6) na Câmara Municipal de Belém. Se destacam nesse calendário as movimentações em torno de obras como a da construção da Avenida Liberdade e da ampliação da Rua da Marinha, ambas iniciativas do governo estadual. “É uma contradição discutir a COP 30, mandar delegação do Pará para o Azerbaijão, para discutir o clima na COP 29 e negociar créditos de carbono em troca do financiamento de grandes mineradoras e empresas”, observou a vereadora.

“Hoje aconteceu um ato na UFRA (Universidade federal Rural da Amazônia) contra a construção da avenida Liberdade, que impacta a realidade de pelo menos três municípios na região metropolitana”, relatou Silvia Leticia. A agenda dos próximos dias, como adiantou, inclui um ato no conjunto residencial Satélite, nesta quinta-feira, para repudiar a especulação imobiliária em áreas verdades do conjunto, e uma manifestação no dia 9, em defesa do Parque Ecológico Municipal Gunnar Vingren. Conforme a vereadora, esse parque é o único do tipo ecológico-ambiental do município e poderá se tornar um dos locais mais prejudicados pela execução da obra de ampliação da Rua da Marinha, na Marambaia.   “Já foi possível, a partir de ação civil pública da Associação dos Moradores do Conjunto Medici I e II, a suspensão de parte da ampliação da Rua da Marinha, porque essa obra – foi comprovado por estudos – invade a área do parque ambiental. Esperamos que o governo estadual suspenda essa obra de uma vez por todas”, informou.

Também nesta quinta-feira será realizada uma reunião do Ministério Público com as promotorias de três dos municípios da RMB que serão atravessados pela Avenida Liberdade, uma via expressa que, conforme Silvia Leticia, impactará várias comunidades ribeirinhas e quilombolas, como a do Abacatal – um dos maiores quilombos do estado – e áreas de proteção ambiental, dentre elas o Parque do Utinga, onde se localizam os mananciais Bolonha e Água Preta, que abastecem 70% da população de Belém.

Segundo a vereadora, estudos mostram que a Avenida Liberdade não desafogará o trânsito na BR 316. “Servirá apenas para destruir partes da fauna e da flora protegidas, poluir rios que abastecem os municípios e favorecer os donos de transportadoras e mineradoras”, afirmou.

Texto: Socorro Gomes – DICOS/CMB
Fotos: Arquivo SERFO/CMB

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