Vereador propõe política municipal de mudanças climáticas

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Vereador Fernando Carneiro

O vereador Fernando Carneiro (PSOL) abordou a Conferência Mundial do Clima, na sessão desta quarta-feira (3) da Câmara Municipal de Belém, e anunciou a apresentação de projeto de lei para estabelecer a Política Municipal de Mudanças Climáticas. “O Legislativo deve tomar a dianteira nesse debate e devemos criar estratégias de combate aos problemas climáticos que estão afetando a todos nós, em todo o mundo”, defendeu.

A Conferência Mundial do Clima está acontecendo em Glasgow, na Escócia, e se propõe a tratar da questão das mudanças climáticas no planeta, “Esta é uma questão de suma importância, porque não existe planeta B, só temos esse. Cuidar dele muitas vezes significa entrar em atrito com algumas atividades econômicas que estão destruindo a natureza, em alguns lugares já de maneira irreversível”, advertiu o vereador. Para ele, a CMB tem tudo a ver com esse debate, porque o Brasil é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa, principalmente dióxido de carbono, e a Amazônia, que inclui o Pará e sua capital, já emite mais desses gases do que absorve, desde 2019 “Não podemos mais permitir que somente outras pessoas falem sobre a Amazonia, enquanto nós, amazônidas, continuamos calados”, afirmou. Carneiro exemplificou o alcance dos efeitos das mudanças climáticas com o antigo costume belenense de marcar compromissos para antes ou depois da chuva da tarde, “Isso acabou, porque a chuva não tem mais horário”, lamentou “Todas as piores previsões feitas na Rio 92, Eco 92 e na Primeira Conferência do Clima, em 95, se confirmaram e hoje estamos vendo um desregramento do clima em âmbito global”.

Caneiro disse que seu projeto não é candidato à perfeição, mas se propõe a abrir um debate amplo sobre estratégias que poderão ser oferecidas por especialistas, técnicos do Imazon, Inpe, Universidades e representantes do poder público municipal e estadual, “Não podemos dizer que não temos nada a ver com isso ou, pior, dizer que temos de optar entre empregos ou a vida no planeta. Essa dicotomia não pode prevalecer no debate de um assunto tão sério que significa a sobrevivência da humanidade. Nós, que estamos na Amazônia, que já desmatou mais de 20% da sua área total, que alguns ambientalistas dizem que estamos chegando perto do ponto de não-retorno de capacidade de regeneração da floresta”, concluiu.

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