A vereadora Raquel dos Animais (PDT) disse que Belém está vivendo um surto de esporotricose que está sendo totalmente ignorado pelo poder público. Ela apresentou à Câmara Municipal de Belém, nesta quinta-feira (27), três projetos de leis que estabelecem o mapeamento, controle e tratamento para animais vítimas da esporotricose, além da criação de um banco de ração. “Isso precisa ser pra ontem”, reforçou a vereadora, enfatizando a urgência de medidas sanitárias. “Porque estamos com a cidade lotada de gatos acometidos por essa doença, contaminando seres humanos, e o assunto não está sendo tratado com seriedade”, afirmou.
Esforços em prol do bem-estar animal nunca entraram na lista de prioridades do poder público nos últimos 20 anos, conforme avaliação de Raquel dos Animais. “Tenho 51 anos de idade e 27 deles dedicados à causa animal em Belém. Nos últimos 13 anos o único membro da Câmara Municipal que demonstrou interesse em ajudar foi Igor Normando, atual prefeito”, afirmou.
Para ela, a desatenção com a causa animal não se limita ao Executivo, se estendendo às esferas do Legislativo e do Judiciário. “A consequência da omissão e do descaso é uma superpopulação de animais abandonados e protetores abarrotados de animais dentro de suas próprias casas, fazendo o papel que cabe ao poder público. E agora pessoas estão adoecendo por falta de políticas públicas que incluam os animais”, afirmou.
A esporotricose é uma infecção, que pode afetar humanos e animais, causada pelo fungo do gênero Sporothrix. A transmissão acontece por contato com o fungo no solo, arvores ou plantas e por arranhões ou mordeduras de animais infectados, principalmente gatos. Em humanos os sintomas da esporotricose são lesões avermelhadas que se transformam em feridas nas mãos, pés, braços, rosto e pernas. Também se manifestam com o aparecimento de nódulos, dores nas articulações, febre, feridas com pus que não cicatrizam e espirros frequentes.
Texto: Socorro Gomes
Fotos: Jackson Muriel, Renan Alvares – SERFO/Arquivo DICOS
