A vereadora Silvia Leticia (PSOL) disse que, de acordo com matéria publicada na revista cientifica Amazonia Latitude, a nota 4.3 alcançada pelo Pará no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) não significa melhoria na qualidade do ensino para crianças, jovens e adultos. Segundo ela, a nota, que elevou o estado da 26ª para a 6ª posição entre as unidades da Federação foi obtida através de uma alteração no processo de aprovação e reprovação dos estudantes.

A matéria citada por Silvia Leticia é assinada por Filipe Garcia, professor do Instituto Federal de Educação e doutorando da Universidade de São Paulo (USP). A vereadora disse que nos anos de 2021, 2022 e 2023 não houve reprovação dos estudantes no Pará e sim aprovação automática e que isso teria possibilitado a informação que resultou na boa colocação do Pará no ranking do IDEB. “Isso nos interessa, como professores, porque somos nós que estamos sendo obrigados a fazer a aprovação automática de alunos que nem frequentaram as aulas, que não conseguiram alcançar seu processo de aprendizagem dentro da escola”, afirmou.

A vereadora também se disse preocupada com a extinção das aulas noturnas, o que, em sua avaliação, determina a exclusão permanente de pessoas que não podem estudar nos horários diurnos. “As aulas noturnas estão sendo extintas e isso é mais um crime que a gente precisa debater”, disse Leticia, exemplificando com a situação da escola em que leciona que, segundo ela, neste ano, teve reduzidas de 16 para apenas duas as turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), a modalidade destinada a jovens e adultos que não conseguiram concluir os estudos na idade adequada.

Texto: Socorro Gomes – DICOS/CMB
Fotos: Arquivo SERFO/CMB

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