Texto: Socorro Gomes
Fotos: Jackson Muriel/Arquivo DICOS
O tema do feminicídio voltou ao plenário da Câmara Municipal de Belém em pronunciamento da vereadora Gizelle Freitas (PSOL) nesta quarta-feira (14). Ela registrou na tribuna o assassinato de Rayana Rocha Tomás, 25 anos, por Samuel Ferreira da Silva, 35 anos, com 22 facadas, no Dia dos Namorados. A psolista destacou que a pauta feminista tem avançado em todo o mundo na busca pelos direitos das mulheres, principalmente na América Latina, mas o machismo ainda é uma realidade defendida por muitos.
A vereadora mostrou dados da Secretaria de Segurança Pública que indicam aumento da ocorrência de feminicídios em todo o estado. De acordo com esses números, a violência contra a mulher cresceu de janeiro a maio deste ano em relação ao mesmo período em 2022. Somente nos primeiros meses de 2023 já foram registrados 22 feminicídios, sem contar os que não entraram na estatística por terem sido tipificados de outras formas ou subnotificados.
Gizelle Freitas exibiu uma pesquisa, patrocinada pelas Nações Unidas, em 80 países, revelando uma tendência mundial de crescimento de preconceitos sexistas. Mais de 85% dos entrevistados admitiram ter preconceitos contra mulheres. No Brasil esse percentual se repetiu com pouca variação (84,5%).
A vereadora alertou para o fato de que o patriarcado em sua face mais conhecida, o machismo, é estrutural, assim como o racismo. Ou seja, está impregnado nas falas, no idioma, nos costumes, rotinas e relacionamentos, inclusive entre mulheres. Na pesquisa da ONU no Brasil, 87% das mulheres e 90% dos homens revelaram ter algum preconceito sexista.