O vereador Emerson Sampaio (PP) voltou a abordar, na tribuna da Câmara Municipal de Belém, a situação vivida pelos indígenas Warao em Belém. Sampaio chamou a atenção sobretudo dos órgãos municipais, estaduais e federais responsáveis por assistência social e acolhimento. Lamentou a manutenção de um quadro em que crianças e mulheres, principalmente, são expostas à mendicância e à vulnerabilidade em semáforos e portas de supermercados e farmácias. O vereador propôs a criação de uma comissão no Legislativo destinada a tratar do tema, dialogar com os órgãos responsáveis, fiscalizar de perto o trabalho do poder público nesse tema, propor ações e cobrar providencias.

 “Muitas dessas meninas podem ser aliciadas para situações inclusive de crime, tendo seu futuro destruído”, alertou Sampaio, acrescentando a ressalva de que seu objetivo não era o de criminalizar as mães das crianças e sim o de exigir do poder público o cumprimento do seu papel, através dos vários órgãos de assistência e inclusão. Para ele, um banco de dados único, com todas as informações possíveis sobre cada membro da comunidade Warao, a ser compartilhado pelos órgãos diretamente responsáveis, se tornou imprescindível.

Em aparte, Juá Belém (Republicanos) classificou o problema dos Warao como “inescapável” e impossível de ser resolvido apenas com discursos teóricos. Ele cobrou ações concretas dos órgãos públicos e entidades envolvidos. Fundamental, segundo ele, é saber separar as várias situações dentro da comunidade Warao, que tanto incluem pessoas em situação real de extrema necessidade como também aproveitadores da miséria dos demais e exploradores de crianças, por exemplo, que são vistos gastando o dinheiro arrecadado por elas com bebidas alcoólicas “e outras coisas mais”.

Texto: Socorro Gomes

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