Vereador discorda de conclusão da PF sobre assassinato de Bruno e Dom

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O assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips voltou ao plenário da Câmara Municipal de Belém, nesta segunda-feira (20), em pronunciamento do vereador Fernando Carneiro (PSOL). Ele manifestou estranheza pelo anúncio da Polícia Federal de que essas mortes não tiveram mandantes. Bia Caminha (PT) também se pronunciou sobre o tema, no Horário das Lideranças.

Carneiro lembrou que em 6 de junho o indigenista e o jornalista foram emboscados, mortos, esquartejados e eviscerados; parte de suas vísceras foi jogada no rio e seus corpos foram incinerados e enterrados. “Requintes de crueldade máxima”, observou o vereador.

“E a Polícia Federal disse, preliminarmente, não sei com base em quê, que não há mandantes nesse crime”. Segundo o vereador, todos os indícios e o histórico desse tipo de crimes na região amazônica apontam para a existência de mandantes. Além disso, como salientou o orador, o presidente da República, Jair Bolsonaro, declara que terras indígenas não precisam ser demarcadas e tem falas públicas que estimulam o ódio por pessoas e organizações que defendam a preservação da Amazônia. “Hoje, no Brasil, quem defende a floresta coloca sua vida em risco. O assassinato brutal de Dom Phillips e Bruno Pereira não pode ficar impune”, pregou.

A declaração de Jair Bolsonaro, em campanha, em 2018, de que daria “uma foiçada” na Funai também foi lembrada por Carneiro. “Ele cumpriu a promessa”, afirmou, relatando em seguida que 60% dos cargos efetivos da Fundação Nacional do Índio estão desocupados e cerca de 20 coordenadores desse órgão são militares nomeados por Bolsonaro e não indigenistas, antropólogos e estudiosos da questão indígena, como é necessário. “É um processo para evitar a demarcação de terras indígenas e estimular a violência contra defensores da floresta”. Concluiu anunciando que a Funai entrará em greve, a partir da próxima quinta-feira, pedindo a demissão do presidente Marcelo Xavier da Silva e a proteção das políticas indigenistas.

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