O vereador Matheus Cavalcante (Cidadania), foi a tribuna da Câmara Municipal para criticar o atual governo federal e as ações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Segundo ele, há 60 dias o país está “em queda livre” e o presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT), estaria “comprando moveis de luxo” para o Palácio da Alvorada enquanto ocupa um hotel pago pelo contribuinte.
Abordando o tema de pronunciamento anterior, da vereadora Gizelle Freitas (PSOL), sobre a realização do Acampamento Pedagógico das Mulheres Sem Terra, na Aldeia Cabana, Cavalcante disse que a ideia de fundo do movimento dos sem-terra, de dar a terra a quem dela vive, faz sentido somente teoricamente, porque a prática se constitui de atos terroristas.
“São atos terroristas bancados com recursos públicos, dinheiro nosso”, afirmou. Segundo ele lideres do movimento, como José Rainha, preso sob a acusação de tentativa de extorsão de fazendeiros de São Paulo, dão o tom do que o movimento pode se tornar. Cavalcante disse que a empresa Suzano, proprietária de uma fazenda de plantação de eucaliptos invadida na Bahia, e que possui interesses no Pará também, estava fazendo “reflorestamento ambiental”.
Bia Caminha (PT), rebateu as críticas de Cavalcante ao governo federal e ao MST e ironizou dizendo que nunca antes tomara conhecimento de que plantação de eucaliptos fosse reflorestamento. Essa espécie demanda grandes quantidades de água, com cada árvore adulta consumindo cerca de 30 litros de água por dia, o que já teria resultado no esgotamento de lençóis freáticos e outras fontes hídricas em vários locais. As florestas de eucalipto no Brasil ganharam a alcunha de “desertos verdes”, porque as árvores não são nativas e afugentam a fauna. Ambientalistas também afirmam que ao final de seu ciclo produtivo os restos das arvores de eucalipto produzem compostos orgânicos capazes de desertificar o solo.
Caminha disse que o colega defende uma floresta estranha à fauna e aos povos que vivem dela e interessam somente às grandes empresas proprietárias de latifúndios. A vereadora defendeu o MST como o movimento social mais antigo do Brasil, responsável pela produção de alimentos livres de agrotóxicos. “Os sem-terra, como tu (Matheus Cavalcante) sabes muito bem, não fazem parte do grupo político de homens brancos, ricos e privilegiados que tu representas nesta Casa, que compõem teu grupo político, mas que perderam as eleições sucessivamente”, afirmou.
A petista também lembrou assassinatos como o da vereadora esquerdista Marielle Franco, no Rio, e do indigenista Bruno Pereira, no Amazonas, e disse que o colega do Cidadania será obrigado a suportar a elucidação desses crimes e a justiça sendo feita, pelo ministro da Justiça, Flavio Dino, e pelo presidente Lula. “O governo de Lula não é um governo assassino e de milícia, como o anterior”, assegurou concluindo.