Os problemas do trânsito em Belém podem ser representados, segundo o vereador Josias Higino (Patriotas), pela quase total ausência de agentes nas principais vias da cidade, em contraste com a concentração de guardas de trânsito na frente do Colégio Nazaré, onde se formam filas triplas de carros particulares coordenadas pelos próprios agentes. “Por que essa situação? Porque lá estudam a filha do juiz e o filho do doutor fulano de tal. Só filhos de gente grande”, criticou.
No restante da cidade, segundo Higino, o trânsito é um retrato de total descontrole. Ele comunicou que está enviando ofício à diretora da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), Ana Valéria Borges, pedindo explicações sobre varias irregularidades que disse ter constatado, como o privilégio da presença de vários agentes na frente do Colégio Nazaré, insegurança nas ciclovias e ciclofaixas e o descumprimento aberto da obrigatoriedade de uso de capacetes por motociclistas.
Na opinião de Emerson Sampaio (PP) é difícil esperar mudanças para melhor no trânsito da cidade quando se constata, segundo ele, que nem de uniforme os agentes de trânsito mudaram, desde os tempos da CTBel, antecessora da Amub e da atual Semob. Ele também concordou com Higino nas críticas ao quadro da frente do Colégio Nazaré. “E lamentável que a gente só veja guardas de trânsito na frente desse colégio e protegendo uma fila tripla. Fora isso a gente só vê a Semob guinchando carros”, acusou.
O tema prosseguiu no Horário das Lideranças, em pronunciamento de Fábio Souza (sem partido), para quem Belém “vive o pior momento de sua vida em relação ao trânsito urbano”. Destacou entre as principais irregularidades do trânsito a tolerância às filas duplas e o estacionamento em calçadas, que prejudica o deslocamento dos pedestres, sobretudo deficientes e idosos. A solução para os problemas desse setor, no entendimento dele, passa pelo fortalecimento da Semob.
Fabrício Gama (DEM) engrossou o coro de críticas ao trânsito destacando o desrespeito de motoristas e motociclistas a semáforos. Exemplificou com os sinais instalados na avenida Augusto Montenegro às proximidades de um shopping center de um colégio. “Ninguem respeita esses sinais!”, acusou. Para ele, a solução deve ultrapassar a fase da educação para o trânsito e entrar decididamente na punição aos infratores.