O vereador Josias Higino (Patriota) cobrou providências para o impasse vivido pelos batedores de açaí de Belém diante da concorrência dos exportadores no momento da compra do produto na Feira do Açaí. Ele apresentou à Câmara de Belém um projeto de lei proibindo a exportação de açaí nos primeiros quatro meses do ano.

Higino descreveu a luta desigual de centenas de pequenos vendedores – os batedores – contra grandes associações de exportadores e cooperativas, cujos caminhões-baú são posicionados estrategicamente na Feira do Açaí e quase monopolizam a aquisição do produto transportado em barcos a partir do Marajó e Região das Ilhas. Segundo o vereador, muitas máquinas de amassar açaí de pontos tradicionais de venda na periferia de Belém estão paradas porque a maior parte do produto  está sendo destinada à exportação. Os meses chuvosos, que marcam a entressafra, agravaram o problema da escassez do acai, neste ano, para pequenos comerciantes, conforme Higino, e uma saca de açaí já estaria sendo vendida por até mil reais, inviabilizando a aquisição por batedores e comprometendo o consumo interno.

“É lamentável o que estamos vendo hoje: pais de família sem sequer uma lata de açaí para movimentar sua economia”, descreveu. Além de propor uma lei que proíba a exportação de açaí em Belém de janeiro a abril de cada ano, Higino também sugere o estudo e desenvolvimento de ações de valorização dos pequenos batedores de açaí.

Em aparte, Igor Andrade (Solidariedade) declarou apoio ao pronunciamento de Higino e chamou a atenção para a parcela significativa da economia da capital movimentada pelo consumo interno do açaí, garantido pela atividade dos pequenos pontos de venda espalhados pela cidade e anunciados pelas tradicionais bandeirinhas vermelhas. Também declararam apoio os vereadores Mauro Freitas (PSDB) e Roni Gás (Solidariedade).

Texto: Socorro Gomes
Fotos: Arquivo DICOS/CMB

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