A entrevista dada na segunda-feira (22) pelo candidato Jair Bolsonaro (PL) ao Jornal Nacional, da rede Globo, foi o tema do pronunciamento do vereador Fernando Carneiro (PSOL), para quem temas fundamentais, como a fome que flagela 33 milhões de brasileiros, não entraram na pauta da entrevista. Contudo, no saldo da entrevista, conforme Carneiro, mais uma vez ficou comprovado que Bolsonaro é um mitômano, pessoa que mente compulsivamente e acredita nas mentiras que conta.
Carneiro lembrou que de janeiro a julho deste ano o governo federal aumentou repasses de publicidade para a TV Globo em 75%, “contrariando o discurso do presidente quanto a acabar com os repasses de dinheiro público para a TV Globo”, como observou o vereador.
“Eu não sei se o aumento de repasses para a TV tem algo a ver com a ausência de perguntas sobre a fome que se alastra no Brasil, mas sei que 33 milhões de pessoas passando fome é mais do que toda a população da Venezuela, que tem 29 milhões de habitantes”, criticou Carneiro, ressalvando ser contrário ao governo atual da Venezuela, que considera uma ditadura.
Quanto aos temas abordados na entrevista do candidato aos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcelos, o vereador psolista destacou a fartura de contradições de Jair Bolsonaro ao responder sobre o Centrão, antes considerado um ajuntamento de ladrões e hoje seu principal grupo de apoio político; comportamento negacionista diante da Pandemia de Covid 19, inclusive imitando e zombando de doentes com falta de ar, um dos sintomas de gravidade da doença; e o aumento do desmatamento na Amazônia, denunciado por órgãos de detecção nacionais e internacionais, mas sistematicamente negado pelo mandatário.
“Nos dói que um presidente minta na cara dura, dizendo, entre outras mentiras, que não aumentou o desmatamento e ainda comparando os incêndios daqui com os da Califórnia, que ocorrem pelo superaquecimento global, que ele nega!”, protestou o vereador.
Carneiro destacou ainda, entre os vários temas abordados na entrevista, a afirmação de Jair Bolsonaro de que resolvera em 48 horas a crise de falta de oxigênio em Manaus, ocorrida em meados de janeiro de 2021. O vereador lembrou que o problema só começou a ser solucionado por via federal nove dias depois de largamente denunciado na mídia, pedidos de socorro da população amazonense, campanhas de artistas e personalidades para comprar e enviar cilindros de oxigênio e até de ajuda vinda da Venezuela.