O vereador Fernando Carneiro (PSOL) declarou solidariedade às greves dos servidores federais da educação e municipais, que realizaram ato unificado na quarta-feira (3). Carneiro disse que o congelamento de salários feito na gestão do ex-prefeito Zenaldo Coutinho, que paralisou o realinhamento de salários, gerou a distorção atual do salário-base municipal de valor abaixo do mínimo nacional.
A administração atual, segundo Carneiro, enfrenta dificuldades herdadas de gestões passadas, queda nos valores de recursos, como a cota-parte do ICMS, e diminuição do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “Mas isso não é responsabilidade dos servidores. A gente precisa encontrar um meio termo nesse processo. Os servidores estão em greve e estamos tentando fazer uma intermediação junto ao governo municipal para conseguir algo de concreto”, explicou. “Se queremos serviço público de qualidade temos de valorizar os servidores e dar condições de trabalho. Inclusive, em Belém já temos uma lei que proíbe o assédio moral no município, a Lei Paulinho Fonteles”, lembrou o vereador, que é autor dessa lei.
Conforme o vereador, recursos financeiros suficientes o Brasil possui mas boa parte tem sido utilizada na amortização de dívidas com bancos. “O Brasil paga 2,1 bilhões de reais por dia de juros de uma dívida pública que já pagamos centenas de vezes. Os banqueiros internacionais não querem que a gente pague essa dívida porque querem continuar recebendo juros. Vejam bem, em três dias de pagamento de juros a gente tem o orçamento total de Belém que é de 5 bilhões. O orçamento da UFPA é de 1,8 bilhão e o do IFPA, de 600 milhões. O Brasil não é um país pobre. É um país de muita desigualdade social e de gente empobrecida”, ilustrou Carneiro.
Texto: Socorro Gomes
Fotos: SERFO/DICOS