A questão do lixo da capital e Região Metropolitana dominou os debates plenários na sessão desta quarta-feira (23), na Câmara Municipal de Belém. Primeiro orador da sessão, o Vereador Fábio Souza (sem partido) disse que a responsabilidade pelo problema do lixo nas ruas deve ser compartilhada entre o poder público e a população. Para ele, a necessidade de uma solução imediata se evidencia de várias formas, sobretudo na área da saúde, que registra um aumento de ocorrências de casos de dengue e dengue hemorrágica.

“É notório que o lixo na rua acumula água e vira um criadouro promissor para o mosquito transmissor da dengue”, explicou Souza. Por isso – acrescentou – quem joga lixo na rua está se livrando da forma errada de um incômodo individual e criando um problema de saúde pública para toda a população.

Os exemplos de falta de educação e abusos por parte da população se sucedem e por isso a culpa pelo quadro caótico do lixo nas ruas não pode ser imputada exclusivamente à Prefeitura de Belém, como relatou Fábio Souza, para quem, enquanto parte da população insistir no erro de descartar lixo nas vias públicas “nem um milhão de caçambas coletoras vai resolver esse problema”. Ilustrou com as eclusas dos canais São Joaquim e do Galo, na rodovia Arthur Bernardes, de onde são retirados, segundo ele, cerca de um milhão e meio de toneladas de lixo por dia.

Gizelle Freitas (Mandato Coletivo – Bancada Mulheres Amazônidas – PSOL), concordou com Fábio Souza acrescentando a informação de que, conforme enquetes e pesquisas, a questão dos resíduos sólidos é o principal problema da cidade, na opinião da maioria da população. A Vereadora lembrou que o próximo dia 31 será a data limite estabelecida pelo Ministério Público para desativação do aterro sanitário de Marituba. “Precisamos saber quais medidas a Prefeitura de Belém está adotando com relação a isso”, disse ela, antecipando em seguida que, na condição de presidenta da Comissão de Meio Ambiente da Casa enviará ofício à PMB solicitando informações acerca desse assunto.

“Alguém precisa botar o dedo na ferida e abrir a caixa preta do lixo em Belém”, apontou Emerson Sampaio (PP). Ele disse que há anos o poder público não consegue concluir uma licitação para coleta e destinação dos resíduos sólidos. “Sempre aparece uma decisão judicial favorável à manutenção dessas empresas de agora, BA, Guamá Resíduos, enfim, ninguém consegue mexer nessa questão. Precisamos entender por que sempre que se tenta licitar o lixo em Belém a justiça se posiciona contra. Sempre que se fala em tirar a empresa Belém Ambiental dessa questão – e essa empresa está lá desde a época do prefeito Duciomar Costa, comendo rios de dinheiro e usando as mesmas caçambas do tempo do Duciomar – ninguém consegue. “O que está por trás de tudo isso?”, indagou o Vereador. Na opinião de Sampaio, a solução mais viável atualmente é a reativação do aterro do Aurá, “até que a justiça permita a realização de licitações”.

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