A aprovação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao recebimento da denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República (PGR), nesta quarta-feira (26), contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e mais sete políticos e militares que faziam parte de seu governo, por tentativa de golpe de Estado, foi registrada na tribuna da Câmara Municipal de Belém em pronunciamentos de alguns vereadores.
“Espero que em breve a gente possa ver o Bolsonaro na Papuda”, disse a vereadora Marinor Brito (PSOL) se referindo à denominação do complexo penitenciário de Brasília. Ela destacou a conclusão do procurador geral da República, Paulo Gonet, de que o ex-presidente “liderou uma organização criminosa, que praticou atos lesivos contra a ordem democrática e que estava baseada em um projeto autoritário de poder”. Conforme a vereadora, era um projeto fascista “de quem não respeita a dignidade da pessoa humana, não respeita a pluralidade étnico-racial, não respeita o papel das mulheres e que acha que matar é um ato que deve ser autorizado a todo e qualquer cidadão independente da condição de legitima defesa”.
“Doa a quem doer, Bolsonaro é réu e agora eu quero saber quem tem bandido de estimação aqui”, perguntou Vivi Reis (PSOL), em aparte. Ela se disse também feliz com a decisão do STF e lamentou que o tempo concedido para seu pronunciamento não fosse suficiente para a proposição de “um minuto de risada” da derrota das pretensões golpistas.
Fabio Souza (MDB) considerou a decisão do STF “uma atrocidade para quem acredita na democracia”. Segundo ele, o STF é “extremamente partidário” e o país “perdeu sua liberdade”. O Brasil, na opinião de Souza, está vivendo “uma ditadura que está sendo instalada aos poucos”.
Texto: Socorro Gomes
Fotos: Jackson Muriel, Renan Alvares – SERFO/Arquivo DICOS